domingo, 7 de junho de 2009

Tipos de soprano
Na
ópera, existem diferentes classificações para sopranos, que levam em consideração principalmente a extensão vocal, o peso relativo e a coloração do timbre. Os três tipos básicos de voz de soprano são o ligeiro, lírico e dramático. Da combinação desses, surgiram vários outros referentes a estilos ou exigências técnicas particulares, assim como a diferenças relativas de cor vocal [1].
Portanto, também se consideram certas habilidades técnicas exigidas para desempenhar certos papéis. Assim, aos tipos de voz se costuma acrescentar a expressão de
coloratura (ou d'agilità) para identificar a soprano que possui flexibilidade e agilidade para cantar escalas e ornamentos vocais, sobretudo no registro mais agudo. Devido a tais características, costuma-se associar certas especificidades ao tipo de voz, fazendo surgir subdivisões como lírico-coloratura e dramático-coloratura.
Nas escolas francesa e alemã, as sopranos são classificadas de modo diferente, usando classificações especiais e divindo-as por categorias que podem abranger dois a três tipos de vozes da classificação tradicionalmente usada em outros países.
A classificação alemã em "
fach" é a mais rigidamente estruturada, tendo sido criado pelas casas de ópera da Alemanha para definir estritamente os papéis aos quais um cantor poderia se dedicar, sendo assim mais que uma categoria de voz, mas também de repertório. Assim, um cantor que firmasse contrato com uma companhia operística alemã, sob uma dada "fach", ficaria responsável por todo o repertório descrito para aquele tipo de voz. É um sistema usado hoje em apenas alguns lugares [2].
Originalmente, não se realizava qualquer tipologia das vozes de soprano, que, além disso, eram incluídas juntamente com as atuais
mezzo-sopranos em uma só categoria. A progressiva separação dos tipos de vozes, como forma de indicar mais ou menos estritamente o peso, a extensão e o repertório adequado de umas sopranos relativamente às outras, vai aparecendo após meados do século XIX [3]. De fato, até o período do Bel Canto, cantoras que são consideradas atualmente como mezzo-sopranos, como Maria Malibran, cantavam papéis também interpretados por sopranos e hoje consagrados a elas [4].
Há muitas controvérsias quanto à classificação das vozes, devido às muitas e variadas características delas. Na tentativa de melhor definir vozes individuais, surgem freqüentemente combinações de vários dos tipos consagrados, como soprano spinto dramático
[5] ou lírico-dramático spinto [6]. Há ainda compreensões diferentes, de acordo com a escola de canto ou mesmo com o indivíduo, sobre os conceitos expressos pelas classificações usuais ou sobre os critérios para realizar tal categorização. O termo lírico-dramático, por exemplo, é ora usado como categoria à parte, ora como sinônimo de lírico-spinto [7].
Contudo, a classificação básica e usualmente utilizada nos países lusófonos é a seguinte:
Soprano ligeiro (ou leggero)
Soprano lírico-ligeiro (ou lírico-leggero)
Soprano lírico
Soprano lírico-spinto (ou lírico-dramático)
Soprano dramático
Bel Canto
O
bel canto era um estilo presente na ópera italiana que se caracterizava pelo virtuosismo e os adornos vocais que demonstrava o solista em sua representação. Ademais, baseava-se numa expressão vocal distinta, em que o drama deveria ser expresso através do canto, valorizando-se sobretudo a melodia e mantendo-se sempre uma linha de legato firme e impecável. Ao contrário do que dizem alguns de seus críticos, o bel canto não desprezou o aspecto dramático da ópera, o que comprovam alguns dos personagens mais complexos e dramáticos do repertório operístico, como a Norma, de Bellini, e a Lucia di Lammermoor, de Donizetti. Era, contudo, uma forma de expressão particular, alinhada aos ideais do Romantismo.
Na primeira metade do
século XIX o bel canto alcançou seu nível mais alto, através das óperas de Gioacchino Rossini, Vincenzo Bellini e Gaetano Donizetti, dentre outros. A técnica belcantista continuou a ser utilizada muito depois, embora novas correntes musicais tenham sobrepujado o estilo de composição tipicamente belcantista do início do século XIX. Muitas óperas desse período ficaram abandonadas durante décadas ou até mais de um século, só vindo a ser resgatadas entre os anos 50 e 80, período que ficou conhecido pelo resgaste de diversas óperas capitaneados por cantoras famosas como Maria Callas, Joan Sutherland, Leyla Gencer e Montserrat Caballé.
Origem
A palavra ópera significa "obra" em
latim e italiano, relacionada com opus, sugerindo que esta combina as artes de canto coral e solo, recitativo e balé, em um espetáculo encenado.
A primeira obra considerada uma ópera, no sentido geralmente entendido, data aproximadamente do ano
1597. Foi chamada Dafne (atualmente desaparecida), escrita por Jacopo Peri para um círculo elitista de humoristas florentinos letrados, cujo grupo era conhecido como a Camerata. Dafne foi uma tentativa de reviver a tragédia grega clássica, como parte de uma ampla reaparição da antiguidade que caracterizou o Renascimento. Um trabalho posterior de Peri, Eurídice, que data do ano 1600, é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade. Não obstante, o uso do termo ópera começa a ser utilizado a partir de meados do século XVII para definir as peças de teatro musical, às quais se referia, até então, com formulações universais como Dramma per Música (Drama Musical) ou Favola in Música (fábula musical). Diálogo falado ou declamado - chamado recitativo em ópera - acompanhado por uma orquestra, é a característica fundamental do melodrama, no seu sentido original.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Na música, um vocalista ou cantor é um músico que canta, ou seja, usa a voz como seu instrumento musical. Um cantor principal, ou solista, é aquele que canta as voz primária de uma música, enquanto o cantor de apoio (ou, o grupo coral) canta a voz de apoio (ou, a parte do canto coral) de uma música.
Numa obra para
coro e instrumentos e ainda com partes adicionais e separadas para solistas vocais, os solistas, ordinariamente, podem também cantar a parte do coro quando os solistas não tem partes separadas. Em textos de programas, ou de gravações, o termo vocal se refere a parte instrumental que um cantor executa (i.e. o instrumento deste); assim como podemos encontrar o termo, baixo, para quem toca o contrabaixo; percussão, para quem toca a percussão, e assim por diante.
Em
música, as vozes são tratadas tal como instrumentos musicais. Os exercícios vocais que um cantor faz chama-se vocalise.
A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Actualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.
A criação, a
performance, a significância e até mesmo a definição de música variam consoante a cultura e o contexto social. A música vai desde composições fortemente organizadas (e a sua recriação na performance), música improvisada até formas aleatórias. A musica pode ser dividida em géneros e subgéneros, contudo as linhas divisórias e as relações entre géneros musicais são muitas vezes subtis, algumas vezes abertas à interpretação individual e ocasionalmente controversas. Dentro das "artes", a música pode ser classificada como uma arte de representação, uma arte sublime, uma arte de espectáculo.
Para indivíduos de muitas culturas, a música está extremamente ligada à sua vida. A música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas utilidades não só como
arte, mas também como a militar, educacional ou terapeutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a
pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma actividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humanas.